..::Geléia de Pérolas::..

14.12.03



Sessão "Sem pretenções literárias"


A Poesia de Pedro

Pedro odiava poesia.
Odiava poesia. Odiava mesmo. Odiava tanto, mas tanto, que se colocares a mais preciosa pérola poética em sua frente, ainda assim ele te diria: é uma merda.
Mas se recortares o poema, e grudares as frases uma a uma, lado a lado, aí sim, te diria: mas que coisa linda!
Pedro dizia que poesia é coisa para desocupados. Ele não tinha tempo pro "blá blá blá" sem fim que não chegava a lugar algum. Preferia romances ou biografias. Mas jamais poesias.
A disposição vertical das palavras provocava tédio em Pedro. Frases e mais frases e uma estrofe inteira pra descrever o que uma frasesinha só, com 2 virgulas e um ponto final fariam com muito mais praticidade. Era objetivo. Preferia o jornal e revistas, mas jamais poesias.
Sempre as mesmas lamentações e apelos. As mesma palavras e metáforas sem zelo. O desconexo tinha vindo a tona mesmo! Ele nunca entenderia. Gostava de cantigas. Preferia as rimas, jamais poesias.
Não que ele não tivesse lido os clássicos: Augusto, Álvares, James Flecker, Robert Frost e outros. Mas até neles a monotonia se exprimia. "Não tinham nada melhor pra fazer?" dizia. Era como se esconder, se mascarar nas palavras para não ter a frustação real vivida.
Mas Pedro não. Preferia o choro ao invés da lágrima contida.
Preferia a vida, jamais poesia.

# posted byGustavo 6:37 AM :


10.12.03


O PODER DA MÚSICA

Ficar arrepiado, abrir um sorriso de satisfação, ser transportado ao passado ou reavivar lembranças, sentir vontade de mudar algumas coisas na sua vida, vontade de dançar, de correr pela rua numa tarde de chuva ou numa manhã ensolarada, de chorar. Todo mundo sente algo forte quando ouve uma música que lhe toca, e ninguém sente da mesma forma que outra pessoa, cada um sente à sua maneira. Por isso mesmo, uma mesma música pode transmitir sensações as mais diversas em cada pessoa, porque a maneira como cada um sente, não só a música, mas tudo, é única, singular, particular. Às vezes a música te pega pelo coração, às vezes pela cabeça, às vezes pela cintura, às vezes pelos três. Lembro de um conhecido que se arrepiou ao ouvir Opus Dei, do Laibach. Normal, How Soon Is Now ou There¿s A Light That Never Goes Out (The Smiths) provocam a mesma sensação em mim. Canções assim parecem possuir uma espécie de magia, algo que com palavras simplemente não dá pra explicar. Como eu poderia explicar a sensação ao ouvir Perfect Day (Lou Reed) ou Wish You Were Here (Pink Floyd) ou Atmosphere (Joy Division) ou Tonight, Tonight (Smashing Pumpkins) ou When The Music Is Over (The Doors) ou Do You Realize (Flaming Lips) ou Andréa Dorea e várias outras da Legião Urbana?

Publicado por Luciano // 13:44


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