..::Geléia de Pérolas::..

23.12.02


Nada é real. Nada mesmo… no fim estamos todos sós, mendigando por um pouco de amor que, com boa vontade e muita carência, acreditamos que é real. E quando descobre-se que não existe amor nenhum,porque nada existe realmente, bebe-se... muito até vomitar bílis e chorar até não ter mais lágrimas. Que desperdício, sou um tremendo desperdício como pessoa.

n.p.- “Il n’y a pas d’amour heureux” – Françoise Hardy



enviado por Tati - Sugar Kane as 04:41:33.

22.12.02


.:Tesão é você por pra rolar um disco que há muito tempo voce não ouvia e lembrar que ele foi trilha sonora de alguma parte de sua vida. Que esse disco te traz lembranças, boas ou más, de fatos que você foi o personagem principal ou apenas um figurante no fundo da cena, mas que de alguma forma marcou sua memória e “colou” essa passagem com aquela determinada música.
Existem músicas em que essa “associação” foi impregnada no senso comum, mas não é esse o caso. Eu falo daqueles discos que “descobrimos”, antes ou depois da maioria, e se tornaram quase parte de nós mesmos. Aqueles que você vai ouvir até morrer.
Quase sempre são discos muito bons, daqueles que figuram em qualquer lista dos “melhores do século”, mas também tem aqueles discos que só você gostava, aqueles que a galera dizia: “É bom, mas o outro é bem melhor” e você não conseguia entender como.
Ouvi alguns discos essa semana que faz tempo que não giravam no prato e tive uma avalanche de fatos, casos, tretas e baladas que vivi e que aquelas músicas me faziam viver de novo. Eis alguns:

Sabbath, Bloody Sabbath - Black Sabbath
Na escola, só eu gostava deste disco. Enquanto as opiniões da galera se dividiam entre o primeiro e o Volume 4, eu me acabava ouvindo o Sabbath quase progressivo. Mas esse disco me pegou no começo da adolescência, a fase mais bacana e também mais sem noção de nossas vidas. Eu tava virando homem e o Ozzy mandava Killing Yourself To Live. Enquanto esse disco existir, eu não vou me esquecer das quebradas de cara e das descobertas do caralho que fiz aos 14 anos.

The Real Thing - Faith no More
Esse foi um choque. Tinha 16 anos quando ele foi lançado e chapei desde da primeira vez que ouvi Epic. A música já rolava na rádio, mas eu ouvi o disco inteiro pela primeira vez na casa de um cara que tinha acabado de voltar de um intercâmbio na Inglaterra. Ele seria lançado aqui pouco tempo depois, mas saí da casa do cara com a velha e boa Basf gravada. Enquanto Patience já enchia nosso saco, o Faith quebrava tudo, misturando um monte de coisa em uma dúzia de músicas. Ouvi durante tanto tempo que ele rolou de fundo musical em boa parte de minha vida.

Give Out But Don’t Give Up - Primal Scream
Esse eu “descobri” mais tarde, tres anos após ter sido lançado. Foi numa fase com recordações tão boas que toda a vez que ouço não consigo tirar o sorriso da cara. Aquele puta rockão stoneano, baladas lindas e sexys, George Clinton na parada e aquele ar de loucura total caíam como uma luva naqueles tempos. Eles podem lançar quantos Screamadelica ou XTRMNTR quiserem, mas esse continuará sendo inesquecível pra mim.



Gravado ao vivo por Danilo às 16:11:18.

21.12.02


Quem topa dar um help?

A Rossana Fischer, do Wumanity, está escrevendo um livro sobre blogs! O prazo está meio apertado (a editora quer o material até o dia 10 de janeiro) mas mesmo assim ela gostaria de contar com a colaboração da gente para um dos capítulos. Ela faz duas perguntas básicas, e vai selecionar as melhores respostas para o livro.

Esta é a pergunta para os blogueiros:
Por que você bloga?
Esta é a pergunta para os leitores (pode ser leitores que têm blog e leitores que não têm blog):
Por que você lê blogs?

Vocês podem responder lá ou aqui mesmo nos comentários, que depois ela vem e cata, OK?

Por Cora



livro:

já tenho uns 60 depoimentos das pessoas do porquê elas lerem e escreverem blogs. muita coisa boa no post da Cora (este aqui), no meu post ali embaixo e por também por email. Raphael Perret, André Machado, Nannda, Edney, Marina W, Bia Badaud, Fal, Ralph hot kalango, Lu solo mio, Jululi, Déia dona dos gatos, Luiz Patriota, Nandi, Sam, e muitos outros, todos escrevendo, participando, contribuindo. A Zel já deixou eu usar os arquivos dela, porque ela já fez essa enquete em 2001. a Rosana Hermann e a Cora não só avisaram em seus blogs, como vão me mandar por email. a Aninha do Udigrudi também vai me mandar. O Marcelo Träsel avisou no blog dele e o Ralph também, mandando o pessoal pra cá. Escreva você também, nos comments deste post aqui, ou no post do livro, ali embaixo, o porquê de você escrever em um blog, e/ou o porquê de você ler blogs. Estou contando com os amigos. e com quem eu não conheço também. se a janela do comments estiver congestionada, mande pro meu email: rossana@wumanity.com
o que não couber no livro vai virar uma página permanente daqui do wumanity, pra todos nós, essa discussão é muito importante pra não ser guardada.
;-)
Pra quem já participou, obrigada, obrigada mesmo.
(desculpe a falta de links aqui, não dá pra por agora)



por Rossana Bocca Fischer

19.12.02



(o amor acaba)


29/04/00

Recebo uma ligação de uma colega da faculdade, a Graça, me convidando para ir até o apartamento do Brodt assistir filmes brasileiros e beber vinho vagabundo. Penso sobre esta esquisita tendência dos jovens universitários burgueses, de querer agir como gente pobre, fazer coisas de gente pobre, tomar vinho vagabundo, almoçar nos restaurantes mais baratos e pechinchar qualquer preço, não importa quanto dinheiro se tenha na carteira. Eu mesmo faço questão de pedir pão com manteiga e café sempre que preciso comer numa padaria ou numa lanchonete de estrada, ainda que possua dinheiro de sobra para adquirir uma comida mais decente. Um burguês moderno é um sujeito que experimenta um verdadeiro prazer subversivo ao pedir um pão com manteiga e um café preto numa padaria.

Não há nada mais improdutivo e tedioso do que uma tarde de feriado de um jovem universitário burguês como eu. Depois de acordar ao meio-dia e comer um farto churrasco preparado pelo meu pai, me esparramei no sofá e assisti um péssimo telefilme norteamericano. Toquei um pouco de violão, li umas trinta páginas de um livro e vim pra frente do computador. A idéia inicial era escrever um texto qualquer, um esboço de conto, ou simplesmente digitar sem preocupações os principais pensamentos que me atormentam enquanto como churrasco, leio livros, toco violão ou vejo filmes. Muitos pensamentos me atormentam, o tempo todo. Além disso, há os sonhos. Ontem sonhei que seduzi e trepei com uma colegial bem riquinha e fazida, daquelas de catorze ou quinze anos, caricaturas vulgares de mulheres adultas, maquiadas demais pra sua idade, estufadas de desejos sexuais e idéias fúteis.

A Clarice foi para o litoral com a família, e aqui estou eu dividido entre a saudade da mulher que eu amo e a culposa vontade de aproveitar sua ausência para obter sexo secreto com alguma outra mulher, coisa que serei incapaz de realizar, como sempre, porque respeito e amo ela e quero ficar com ela. Corpo e espírito, amor e desejo, grandes exemplos dessa dualidade insolúvel e dilacerante que é uma vida humana. Durante minha adolescência tudo que eu queria, tudo mesmo, era um compromisso romântico e seus desdobramentos mais comuns: companhia para festas e cinema, garantia de sexo, aquela adorável segurança de possuir uma pessoa para nos fazer companhia debaixo de um cobertor numa noite fria, fazendo brincadeirinhas de casal. Eu era um adolescente tímido, demasiadamente seletivo e inseguro sexualmente, de modo que boa parte dos meus sofrimentos tinha origem na oposição entre a minha solidão e a putaria alheia. Era natural que eu depositasse minhas esperanças de redenção na possibilidade de um relacionamento estável, que nunca vinha, ou pior, parecia cada vez mais distante. Todos os textos que eu escrevia naquela época estavam contaminados por um pedantismo asqueroso e por epifanias românticas vergonhosas. Mas aquele tempo passou. Hoje sou um cara comprometido, e sofro um por um todos os dilemas e delícias típicos dos caras comprometidos.

A Graça me pergunta ao telefone se vou aparecer lá no apartamento do Brodt para ver filmes e beber vinho vagabundo em garrafas verdes, de plástico. O que eu quero, em ordem de preferência, é o seguinte: fazer putaria; ficar a noite inteira na frente do monitor escrevendo contos engenhosos que possam alimentar o conteúdo de meu possível livro de estréia; e, por último, fazer isso a que sou convidado neste instante: ir até o apartamento do Brodt, tomar um bom trago de vinho vagabundo e assistir "Bonitinha, mas ordinária". São as três coisas básicas que compõem uma vida humana: trepar, produzir e matar tempo.

Escrever seria produzir. Eu queria muito produzir alguns textos nesta noite, mas no fundo eu sei que isto será impossível. Tenho muitos sentimentos e idéias, mas eles estão desordenados, como peixes escorregadios que escapam das minhas mãos. Desse turbilhão de sentimentos e idéias, é preciso que uma ou duas sensações se destaquem num insight ou algo assim, mas eu me conheço, sei que isso não vai acontecer hoje. Posso entrar madrugada adiante na frente do computador, e não serei capaz de fazer mais nada além de navegar por sites inúteis, ler e responder alguns e-mails desimportantes e baixar arquivos de música. O dia de hoje está condenado a ser improdutivo. É uma certeza intuitiva. Eu sei disso, simplesmente sei.

Tampouco posso acreditar na possibilidade de sair pela noite e conseguir comer uma guria qualquer. Porque já aprendi que hoje em dia ninguém mais trepa, assim, sem mais nem menos. Ninguém sai pra rua e "consegue uma trepada". Nada disso. Nunca antes na história da humanidade a vontade de trepar foi tão dissimulada quanto agora. Generalizando, ninguém mais faz sexo por aí, como se fazia até antes da década de oitenta. Ir numa festa, encontrar uma pessoa por quem sentimos desejo, trocar olhares insinuantes com ela, beijar, e finalmente arranjar uma maneira rápida de foder e esquecer disso pra sempre. A não ser em lances de sorte ou em raras exceções, isso não acontece mais. Somos conservadores demais, há doenças demais, e assuntos fúteis demais para nos manter ocupados até que a noite acabe e voltemos pra casa mais uma vez desacompanhados. Nunca houve tanta gente se masturbando no final da madrugada quanto neste fim de milênio.

Não há muita probabilidade, portanto, de que eu consiga escrever um conto ou trepar com alguém nesta noite de feriado. É por isso que vou dizer pra Graça que sim, que vou até o apartamento do Brodt para assistir "Bonitinha mas ordinária" e me embebedar com vinho vagabundo, deitado em colchões e almofadas no meio da sala, no meio de amigos com os quais vou trocar piadas conhecidas, dar algumas boas risadas, sem que o sexo ou a literatura ocupe nossos pensamentos por um instante sequer.

Se a Clarice estivesse na cidade, eu iria agora até a casa dela, eu beijaria sua boca conhecida e passaria a mão pela sua pele incrivelmente macia. Ela me acharia meio estranho e perguntaria por que eu estou tão quieto. Ao invés de responder que estou cheio de idéias na cabeça e não consigo passá-las para o papel, ou que estou sofrendo a opressão de meus impulsos de promiscuidade, eu responderia que nada, que está tudo bem. E seria verdade, tudo estaria bem mesmo, por causa da presença dela ali do meu lado. O desejo, a necessidade de expressar sentimentos e de traduzir o mundo, são coisas das quais não nos livramos assim tão fácil, e é bom que seja assim, senão tudo poderia ficar muito monótono. Visto uma roupa e me preparo para ir até o apartamento do Brodt, onde verei filmes, darei muitas risadas e ficarei bastante bêbado. Chegarei em casa perto do raiar do dia, ou vou acabar dormindo fora mesmo, no próprio apartamento do Brodt. Resolvo então bater aquela punheta agora mesmo, antes de sair.





06/05/00

Por que logo no primeiro dia frio do ano? Mas enfim. Caminhamos de braços dados pela calçada da Rua da República, contra o vento gelado. Ela com seu casaco de couro verde, especialmente bonito no corpo dela. Todos os bares estão cheios demais, não nos servem pra nada. Precisamos de um lugar onde possamos conversar baixinho, encostar a cabeça na parede e olhar muito nos olhos um do outro.

Passamos na frente de um certo Bar da Fofa. Pequenino, com seis ou sete mesas, vazio. Porta fechada, fui bater, mas ela bateu antes. Sempre assim. É ela que resolve os problemas, fala com as pessoas, e me puxa triunfante atrás dela quanto tudo foi resolvido. Eu adoro isso.

Um velho abriu a porta, era o dono do bar e falava espanhol. Nos deixou entrar pra tomar umas cervejas. É o que precisamos: ficar sozinhos num bar fechado, longe do vento, vazio, e beber cerveja.

O rádio do bar toca boleros. Eu nunca escutei boleros, mas acho lindo. Foi ela que me disse que eram boleros. Eu não saberia.

Tentamos conversar, mas não havia muito assunto. Fiquei esquentando as pernas geladas dela por baixo da mesa, usando minhas próprias pernas e as mãos. Confusos, os dois, sem saber como agir. O que está faltando? Qual o nome desta coisa que foi sumindo, sem razão nenhuma, independente da nossa vontade? Paixão? Amor? Qual a diferença? Onde termina uma e começa o outro? Ou só existem juntos? Eles acabam, isso está muito claro. Mas por que? E o que podemos fazer para evitá-lo? Podemos fazer alguma coisa? Ainda a minha melhor amiga, a minha melhor amante, melhor confidente. Ainda a pessoas que mais me entende, a que mais me tolera, a que sabe exatamente como me tocar, me fazer cócegas, me corrigir. Ainda o mesmo cheiro delicioso, a mesma pele macia, o mesmo jeito carinhoso de se deixar abraçar. Ainda tudo. Tudo, menos algo. Esse algo, que se esvai, eu não compreendo. Ela também não compreende. Acho que não nos é possível compreender.

O vento empurra a porta do bar com tanta força que ela cede e se escancara, nos cobrindo com uma onda de ar gelado. O dono do bar vem correndo fechar a porta, e diz algo num espanhol muito rápido, incompreensível. Não entendo, e peço pra ele repetir. Ele repete, rindo, mas não entendo ainda. Deve ser algum gracejo. Ela entendeu, e me explica: "Gasparzinho". Ele disse que era o Gasparzinho, abrindo a porta.

Quando finalmente vamos embora do bar, a coisa está terminada. As palavras difíceis foram ditas. A situação, contudo, é de que nada mudou. Parece uma brincadeira. Por que estamos fazendo isso? Tenho medo de me arrepender. De ter que conviver com a dor de ter deixado o amor da minha vida escapar. Mas o amor, essa coisa que simplesmente acontece, do mesmo modo escapa. Simplesmente. Tem seus mecanismos secretos, uma vontade própria. Não temos o poder de administrá-lo. Ele termina. Pode durar um mês, um ano, dois anos. Não muito mais que isso. Então termina. E é nesse instante, quando o amor termina, que um relacionamento entre duas pessoas verdadeiramente se inicia. É o momento de fazer concessões, de abdicar de uma parte de nós mesmo, todos aqueles clichês. É necessário muita coragem e convicção pra ir adiante. Nunca tivemos a intenção expressa de ficarmos juntos pro resto da vida. De casar, ou de ter filhos. Do que estamos reclamando, então? Não podemos reestabelecer o encantamento inicial, como viramos uma ampulheta. Chegou o momento de admitir que alguma coisa se esgotou, por mais intangível que seja. Se esgotou, e é inútil reanimá-la artificialmente.

Caminhamos de volta pro meu carro abraçados, com muito frio. Ainda estou confuso. Nos beijamos como se estivéssemos ficando pela primeira vez. Não sinto alívio, nem arrependimento. O que mudou, e o que permanece? Só sei que, esta noite, dormir sozinho vai ter outro significado.

Camus escreveu em uma frase aquilo que levei dois anos pra assimilar. "O amor não dura, e mesmo que durasse a vida inteira, ainda assim seria incompleto". Verdade. A vida é curta, e o êxtase só é atingível em instantes. Está claro que é assim. E nem poderia ser de outra forma.




(relido, revisado e refletido ao som de Mogwai,especialmente 'katrien', 'r u still in 2 it' e 'mogwai fear satan', do disco Young Team)


publicado no Cardosonline #162 © Copyright 2000 Daniel Galera


13.12.02



Quarta-feira, Novembro 27, 2002

daí eu acabei lembrando de uma coisa que eu vi dormindo, e anotei sem cerimônia com o garçom lendo por cima do meu ombro: você é um desses anjos duros da cinelândia que estão sempre se atirando do monumento. os pombos cagam na tua cabeça, os meninos picham os teus panos esculpidos e você finge que voa. faz um belo movimento congelado de mármore com essas asas pra mim.



posted by international jetset at 14:24

11.12.02



a indecência pode ser saudável
D.H. Lawrence [trad. José Paulo Paes]


a indecência pode ser normal, saudável; na verdade, um pouco de indecência é necessário em toda vida
para a manter normal, saudável.

e um pouco de putaria pode ser normal,
saudável. na verdade, um pouco de
putaria é necessário em toda vida
para a manter normal, saudável.


mesmo a sodomia pode ser normal, saudável desde que haja troca de sentimento verdadeiro.

mas se alguma delas for para o cérebro, aí se torna perniciosa:
a indecência no cérebro se torna
obscena, viciosa, a
putaria no cérebro se torna cifilítica
e a sodomia no cérebro se torna uma missão, tudo, vício, missão,
insanamente mórbido.

do mesmo modo, a castidade na hora própria é normal e bonita. mas a castidade no cérebro é vício, perversão. e a rígida supressão de toda e qualquer indecência, putaria e relações assim leva direto a furiosa insanidade. e a quinta geração de puritanos, se não for obscenamente depravada, é idiota. por isso, você tem que escolher.


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moral da história: continue praticando a promiscuidade intelectual. não seja fiel a suas idéias, recicle. tem idéia que só mostra pra que serve quando vira papel higiênico. faça um minuto de silêncio em homenagem as boas idéias mortas. esta cópula de letrinhas é dedicada ao falecido [putaria.]


Kzine

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